Leio sobre Che Guevara desde de sempre e sempre descubro algo que me aproxima ainda mais dele. Das pessoas que conheço, das pessoas que leio, dos mitos, personalidades literárias ou não pelas quais me interesso e escrevo (rabisco) , Che é o que mais se aproxima do meu jeito babaca de ser. É isso mesmo, leram direitinho, babaca, bobo, idealista, certinho, de uma lealdade canina, de uma burrice crônica para enxergar artimanhas e conspirações alheias, emotivo, um romântico irrecuperável que chorava quando precisa ser mais duro, que se compadecia com o sofrimento alheio, um crédulo. Ele me supera em um aspecto, jamais me formaria em medicina como ele. Por que? Porque a idéia de cortar alguém, ainda que para salvar a vida me é inimaginável. Prefiro sofrer a fazer sofrer. Bom, formei-me em Direito, o que nos aproxima na questão da justiça. Mas é desse geminiano idealista que nasceu no dia 14 de junho de 1928 que eu quero falar.
Nos primeiros tempos de México, Che desempenhou diversos trabalhos, como fotógrafo ambulante nas praças públicas e vendedor de livros da Editora Fundo de Cultura Econômico. Através de concurso, passou a trabalhar no maior hospital do país, como médico de doenças alérgicas. Foi nesse hospital que conheceu o paciente Raúl Castro. E em julho ou agosto de 1955, Raúl o leva para conhecer Fidel Castro Ruiz. É o próprio Che quem relata: "Conheci Fidel em uma daquelas noites mexicanas e recordo que nossa primeira discussão versou sobre a política internacional. Conversamos toda a noite e, ao amanhecer, já era médico de sua futura expedição".
Às duas horas da madrugada, do dia 25 de novembro de 1956, o iate Granma zarpou do porto mexicano de Tuxpán, com 82 jovens a bordo."Valia à pena morrer numa praia estrangeira por um ideal puro", decidiu Che.
"Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é movido por sentimentos de amor.'É impossível num autêntico revolucionário sem esta qualidade. Talvez seja um dos grandes dramas do dirigente; este deve unir a um espírito apaixonado uma mente fria, e tomar decisões dolorosas sem que nenhum músculo se contraia. Os nossos revolucionários de vanguarda têm de idealizar esse amor aos povos, às causas mais sagrada, e torná-lo único, indivisível. Não podem mostrar a sua pequena dose de carinho cotidiano tal como faz o homem comum." Che Guevara.
O mito começava a nascer e Che tinha toda consciência do carisma que sua figura passava. Encantava as mulheres e fascinava os jovens com suas palavras, o jeito muito bem articulado de se expressar e agir de acordo com o que pensava e o ideal pelo qual lutava.
De sua última batalha a história relata que foi capturado a 8/10/1967, por uma unidade do Exercito Boliviano, dirigida pela CIA. Foi executado a sangue frio, por ordem do Presidente dos EUA, Lyndon B. Johnson. Muito embora já tenha lido que o próprio Fidel foi parte importante na execução de Che, quando este já não lhe servia mais aos propósitos. Verdade ou não, ele jamais saberia, o que foi uma benção, gente como nós e ai me incluo voltando ao início, entende deslealdade e traição como o fim de tudo, a morte é só um detalhe.
leia: http://che.com.sapo.pt/
http://www.terravista.pt/nazare/2319/che/
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