Dra.Nise da Silveira

No Dia Internacional da Mulher, escolhi falar de uma mulher, que infelizmente não é tão conhecida e reconhecida como deveria. Uma mulher pela qual tenho admiração e respeito. Ela era brasileira, e possuía entre muitas qualidades, uma que acho, é o grande diferencial entre os que fazem acontecer e os que passam pela vida, é a paixão em estado puro. Ela era uma apaixonada pela profissão, pelo ser -humano e por seus pacientes.
Hoje no Dia Internacional da Mulher, o post sobre a Dra. Nise da Silveira.



"[...] o mundo interno do psicótico encerra insuspeitadas riquezas e as conserva mesmo depois de longos anos de doença, contrariando conceitos estabelecidos. E dentre as diversas atividades praticadas na nossa terapêutica ocupacional, aquelas que permitiam menos difícil acesso aos enigmáticos fenômenos internos eram desenho, pintura, modelagem, feitos livremente."

Nise da Silveira






Dra.Nise da Silveira

Formada em medicina no ano 1926, Nise da Silveira começa a dedicar-se a psiquiatria. Ao ter contato com os métodos vigentes de tratamento: internação, os eletrochoques, a insulinoterapia e a lobotomia, revolta-se. Teria início uma verdadeira revolução.
Nise revolucionou o tratamento dados aos esquizofrênicos, criando a Casa das Palmeiras e o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro. Seu trabalho, pioneiro no Brasil, tornou obsoletos métodos de terapia terríveis como o eletrochoque e rompeu o isolamento em que viviam os doentes. Uma de suas inovações foi a introdução de animais como co-terapeutas, prática bastante utilizada hoje em dia em diversos países, que baseia-se no fato de que os seres humano criam mais facilmente um elo com um animal doméstico, do que com outro ser humano.

Nise percebeu e sentiu agudamente, o quanto o ambiente hospitalar conspirava contra o que ele deveria promover: a cura. Imbuída de profunda compaixão pela dor e fragilidade daquelas pessoas, movida pelo desejo de compreender o que acontecia no seu mundo interno e de investigar os misteriosos meandros da psique humana, Nise foi, com enorme disposição e paciência, adubando a sólida árvore que plantara.

Lidar com papel, com costura, dança, argila. Lidar com os sentimentos, a emoção, os medos e prazeres. Acima de tudo, lidar com o diferente. Essa foi a grande descoberta da doutora Nise. Seus métodos, admirados pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961) -- em cujas idéias ela se baseou --, devolveram a humanidade a pessoas antes tratadas simplesmente como alienadas e esquecidas por médicos e familiares nos manicômios.
O trabalho de Nise foi desenvolvido por ela até o final de sua vida, quando estava presa a uma cadeira de rodas em conseqüência de uma fratura. Mesmo enfraquecida fisicamente, ela não deixou de se dedicar a 'seus' doentes e à luta contra os métodos convencionais de tratamento.

Uma mulher como a Dra. Nise da Silveira já seria motivo suficiente para a existência do Dia 08 de março.

Imagens do Museu Imagens do Inconsciente 





Leia: http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/silveira.htm - site oficial

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