Aos 15 anos, os pais o internaram em uma clínica para doentes mentais, por ter fugido de um seminário protestante. Privado, como ele mesmo diria mais tarde, da alegria de viver, começou a ter pensamentos suicidas. Andava com uma arma comprada dentro do próprio sanatório.
Tentativa fracassada e 50 anos pela frente de viagem em busca de si mesmo.
Hesse definiu essa busca como "viagem infernal". Uma viagem feita através de seus livros, a tentativa de entendimento de si mesmo, do mundo e das questões que o assombravam.
Nascido em 2 de julho de 1877, na cidade de Calw, na Alemanha, morto em 9 de agosto de 1962, na Suíça, Hermann Hesse era o tipo de escritor que provocava imediata identificação do leitor com as questões que abordava. Lançou seu primeiro livro aos 27 anos e teve aceitação plena de crítica e público.
De inspiração surrealista pela valorização do sonho e da fantasia, influências herdadas da psicanálise de Carl Jung e Freud, influências da filosofia oriental, teor autobiográfico, são alguns traços comuns das obras de Hesse.
O Lobo da Estepe, escrito em 1927, é o romance fundamental de Hesse. É o ponto de convergência de todos os temas de sua obra; marca a ruptura entre a consciência exasperada pela superação de idéias antagônicas e a paz, a serenidade que o autor finalmente encontra em sua vida pessoal, cristalizada no Jogo das Contas de Vidro.
Na sua literatura, Hesse não constrói personagens, conceitos ou estereótipos, mas tipos ideais. Seria, então o Lobo da Estepe um tipo ideal. Essa noção é dada pelo próprio autor no Tratado do Lobo da Estepe, terceira parte do livro: "O lobo da estepe tem um destino nem singular nem raro", é uma "violentação do real em favor de uma explicação plausível" porque "todas as tentativas de tornar as coisas compreensíveis se fazem por meio de teorias, de mitologias, de mentiras" assim sendo "o lobo da estepe também é uma ficção".
Os livros de Hesse lêem-se com facilidade, mas para poder escrever assim há que ter vivido antes da mesma maneira, ainda que para isso seja necessária uma longa viagem ao inferno de si mesmo.
Nada lhe posso dar a não ser a oportunidade, o impulso, a chave.
Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.
Hermann Hesse
Leia: http://www.ccba.com.br/asp/cultura/descubra-de/hermanhesse.asp
http://www.poppycorn.com.br/literatura/literatura_nil03.php
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