Sou fã de Marlene Dietrich, ou melhor de filmes clássicos, antigos, da época de ouro do cinema. Naquele tempo as grandes divas como Greta Garbo, Marlene Dietrich, Bette Davis, Rita Hayworth, Olívia de Havilland, Audrey Hepburn e outras tantas, eram cultuadas pelo público. Os filmes, pela ausência dos (d)efeitos especiais eram obrigados a ter enredo, diálogos consistentes, interpretações magistrais, porque não havia nada para camuflar ou distrair o expectador da essência do filme. Isso sem falar no som, no cenário e figurino.
Maria Magdalena Von Lorsch nasceu em Berlim, a 27 de Dezembro de 1901, para mais tarde se tornar no «Anjo Azul» já com o nome de Marlene Dietrich. A mulher que disse «sou, Deus seja louvado, berlinense», viveu os últimos 12 anos de vida escondida em Paris porque não queria que vissem a sua beleza de anjo a desaparecer.
É justamente o filme «O Anjo Azul» de Sternberg que lança Marlene Dietrich para a fama, em 1930.
Marlene é Lola, uma estonteante cantora de um clube nocturno alemão que envolve um professor numa perigosa teia de amor e obsessão. Depois deste enorme sucesso, outros surgiram como «Marrocos» e «O Expresso de Xangai» pela mão do mesmo realizador que a transformou numa lenda viva.
Quando começa a Segunda Guerra Mundial, Marlene naturaliza-se norte-americana e, em Março de 1944, junta-se às tropas dos Estados Unidos e parte com elas para a frente de batalha onde canta «Lili Marlene». O trabalho de voluntariado nos hospitais valeu-lhe as condecorações dos governos norte-americano, francês e israelita. Em 1954, Marlene inicia uma carreira de sucesso no teatro e na música. Faz o seu último filme em 1978, «Just a Gigolo» de David Hemmings, e só voltou a aparecer no ecrã em 1984 num documentário biográfico. A mulher rouca e sensual que usava fatos de homem morre em Paris, a 6 de Maio de 1992.
Marlene foi mais do que apenas uma diva, ela era atípica para os padrões da época também. Não era como Garbo, a esfinge, que um dia no auge da carreira se isolou. Foi à luta contra Hitler. Vestiu-se de homem, beijou mulheres na boca e embaralhou os papéis sexuais, jogando com essa ambivalência para impor um tipo de mulher dominadora.
Bastava olhar para a câmera, tragar um cigarro e, envolta na fumaça, e não dizer nada e no indizível, Marlene dizia tudo.
Alguém desconfia de onde vem o nickname angelblue? rsss
leia mais: http://www.goethe.de/br/sap/kultur/pr_dietr.htm
http://www.falling-in-love-again.com/marlene-en.htm
Em 1987, no dia 27 de dezembro, Cacaso foi embora. Tinha apenas 43 anos e muita poesia na veia.
Cacaso (Antônio Carlos de Brito) nasceu em Uberaba (MG), no dia 13 de março de 1944. Com grande talento para o desenho, já aos 12 anos ganhou página inteira de jornal por causa de suas caricaturas de políticos. Antes dos 20 anos veio a poesia, através de letras de sambas que colocava em músicas de amigos como Elton Medeiros e Maurício Tapajós. Seu primeiro livro, "A palavra cerzida", foi lançado em 1967. Seguiram-se "Grupo escolar" (1974), "Beijo na boca" (1975), "Segunda classe" (1975), "Na corda bamba" (1978) e "Mar de mineiro (1982). Seus livros não só o revelaram uma das mais combativas e criativas vozes daqueles anos de ditadura e desbunde, como ajudaram a dar visibilidade e respeitabilidade ao fenômeno da "poesia marginal".
ALQUIMIA SENSUAL
Tirante meus olhos e mãos
quero me transformar em seu corpo
com toda nudez experiente
do passado e do presente
E naquela noite
entre suspiros
terei aguardado a hora incrível
de tirar o sutiã
cacaso
AH!
Ah se pelo menos o pensamento não sangrasse!
Ah se pelo menos o coração não tivesse
[memória!
Como seria menos linda e mais suave
minha história!
cacaso
HAPPY END
o meu amor e eu
nascemos um para o outro
agora só falta quem nos apresente.
cacaso
Leia mais: http://www.releituras.com/cacaso_amorhumor.asp
http://www.subcultura.net/letras/cacaso.php
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