A verdadeira mulher melancia
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Saartjie Baartman (1789-1815) foi a mais famosa de, pelo menos, duas mulheres hotentotes usadas como atracções secundárias de circo na Europa do século XVIII sob o nome de Vénus Hotentote.
Saartjie Baartman nasceu no seio de uma família khoisan em Gamtoos Valley, na actual província do Cabo Oriental, na África do Sul. Esta é a forma africânder do seu nome; o seu nome original não é conhecido. Saartjie (pronunciado "Sarqui") é traduzido como "Pequena Sarah".
Baartman servia fazendeiros holandeses que moravam perto da Cidade do Cabo. Hendrick Cezar, irmão do patrão de Baartman, sugeriu que ela se exibisse na Inglaterra, prometendo que isso a tornaria rica. Lord Caledon, governador do Cabo, permitiu a viagem, embora tenha lamentado isso após saber o seu verdadeiro propósito.
Ela foi para Londres em 1810, tendo viajado por toda a Inglaterra exibindo as suas "inusitadas" dimensões corporais, segundo a perspectiva europeia - formando-se a opinião que estas eram típicas entre os hotentotes.
Senhora de volumosas nádegas (esteatopigia), o que era considerado estranho e perturbador para o europeu à época, os seus exibidores permitiam aos visitantes tocar as suas nádegas mediante um pagamento extra.
A sua exibição em Londres causou escândalo tendo a benevolente sociedade African Association sido criticada pela sua iniciativa. Baartman foi interrogado em tribunal na Holanda, tendo declarado que a mulher não estava restringida e entendia perfeitamente que eram seus metade dos proveitos das exibições.
Mais tarde viajou para Paris onde foi exibida durante 15 meses por um treinador de animais. Foi visitada pelo anatomista francês Georges Cuvier e outros naturalistas, tendo sido objeto de inumeras ilustrações científicas no Jardin du Roi.
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Baartman morreu a 29 de Dezembro de 1815 de uma doença inflamatória. A sua autópsia foi conduzida e os resultados publicados por Henri de Blainville em 1816 e por Cuvier em Memoires du Museum d'Histoire Naturelle em 1817. Cuvier anotou, nessa monografia, que Baartman era uma mulher inteligente, que possuia uma excelente memória e falava holandês fluentemente. O seu esqueleto, orgãos genitais e cérebro, conservados, estiveram em exibição em Paris, no Musée de l'Homme, até 1985.
Houve apelos esporádicos para o regresso dos seus restos mortais desde a década de 1940, mas o caso só ganhou relevância após o biólogo norte-americano Stephen Jay Gould ter pubicado The Hottentot Venus na década de 1980.
Quando Nelson Mandela se tornou presidente da República da África do Sul, requereu formalmente à França o regresso dos restos mortais de Baartman. Após inúmeros debates e questiúnculas legais a Assembléia Nacional francesa acedeu ao pedido em 6 de Março de 2002.
Os restos mortais foram devolvidos à sua terra natal, Gamtoos Valley, a 3 de Maio de 2002.
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A história se repete em cada menina que se deslumbra por ter um corpão ou mais especificamente, uma bela e gigantesca bunda. Nisso, na bunda em si, não há problema nenhum, os americanos idolatram os seios e cada cultura valoriza o que é de gosto comum. O problema começa quando se pergunta: mais é só isso?
Fica a pergunta enquanto observamos bundas que chegam, que se vão, que dão lugar a outras, tudo consumido rapidamente por uma mídia voraz. Tão rapidamente que muitas vezes nem sabemos qual é a "fruta" da estação.
Comentários
não há outro termo...
tem música nova lá em casa...
sucesso!
>.<