Das resoluções de final-de-ano á definição de amor.
Das resoluções de final-de-ano á definição de amor.
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Folheando a agenda desse ano, cheguei a última página e como sempre encontrei a minha lista de resoluções para 2009. E como sempre também, quase nada foi realizado.
Pois é, tenho uma incompetência absoluta para realizar sonhos. Sonhar, sonho muito, realizar, quase nunca realizo, mas tem um item que sempre se repete em todas as resoluções de final-de-ano, é o desejo de um grande e definitivo amor. Como esse é um item que envolve outra pessoa, considero meu fracasso de apenas 50%...nem tão "apenas" assim, diga-se de passagem, afinal são os meus 50%.
Hoje, pensando sobre isso, acredito que "grandes e definitivos amores" são coisa de cinema, de literatura e certamente de poesia, mas não da vida real. Na vida real quando se conquista um amor retribuído, já é um lucro imenso. Hoje, penso que desejar um pequeno amor já está de bom tamanho. Definitivo, nem pensar. Se nós mesmos somos finitos, sentimentos definitivos são pura ficção. A verdade é que sentimentos mudam ao longo da vida de um casal, para o bem ou para o mal, mas nunca são definitivos.
Pois é, tenho uma incompetência absoluta para realizar sonhos. Sonhar, sonho muito, realizar, quase nunca realizo, mas tem um item que sempre se repete em todas as resoluções de final-de-ano, é o desejo de um grande e definitivo amor. Como esse é um item que envolve outra pessoa, considero meu fracasso de apenas 50%...nem tão "apenas" assim, diga-se de passagem, afinal são os meus 50%.
Hoje, pensando sobre isso, acredito que "grandes e definitivos amores" são coisa de cinema, de literatura e certamente de poesia, mas não da vida real. Na vida real quando se conquista um amor retribuído, já é um lucro imenso. Hoje, penso que desejar um pequeno amor já está de bom tamanho. Definitivo, nem pensar. Se nós mesmos somos finitos, sentimentos definitivos são pura ficção. A verdade é que sentimentos mudam ao longo da vida de um casal, para o bem ou para o mal, mas nunca são definitivos.
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Infelizmente pra mim, sou uma romantica incorrígivel que secretamente sempre vai achar que um grande e definitivo amor anda por aí também procurando seu par e se tiver alguma sorte ainda esbarro nele. Até lá, esse item se mantém na lista, quem sabe o que me aguarda o futuro?
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A definição do amor
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A dor que sentimos pelas pessoas que amamos faz parte da felicidade que tivemos. Ambas são condição de ambas
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CONHECI C.S. Lewis aos 9 anos. É a idade certa para conhecer Lewis, de preferência se estivermos numa cama de hospital. As noites são longas, as noites são solitárias. Mas quando o livro é "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa", a única coisa a lamentar são as chegadas das manhãs.
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Conhecem a história? Não falo do livro, falo de Lewis. O livro é conhecido: Edmund, Lucy, Peter e Susan descobrem certo dia que o fundo de um velho guarda-roupa não é o fundo de um velho guarda-roupa. É passagem para um outro mundo. Narnia, eis o nome desse mundo, e em Narnia me perdi com eles aos 9, aos 10, aos 11.
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Só mais tarde descobri a vida do autor: Clive Staples Lewis, nascido em Belfast, educado em Oxford, professor de literatura medieval e renascentista. Amigo de Tolkien. Pregador cristão, depois de uma conversão ao catolicismo (sim, como Graham Greene ou Evelyn Waugh), experiência epifânica que ele conta em "Surprised by Joy". Morte em 1963.
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Mas a história de Lewis não acaba aqui. A verdadeira história aconteceu nos últimos anos de vida, quando o celibatário escritor foi surpreendido por uma outra "Joy", não em espírito mas em carne e osso. Joy Gresham, uma leitora americana, cruza o Atlântico para fugir de um casamento arruinado. Traz o filho, que traz os livros para Lewis assinar. Conhecem-se. Tornam-se amigos. E casam por conveniência: Joy necessita da cidadania britânica para ficar no país, Lewis acede ao pedido. Tudo em segredo. Subitamente, Joy adoece. Grave, gravemente. Lewis sabe que a vai perder. E nessa certeza sabe também, pela primeira vez, que está profundamente apaixonado por ela. Casam novamente. Desta vez, aos olhos de Deus e dos outros. Joy parte pouco depois.
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Essa história de amor tardio subiu aos palcos de Londres e estará em cena até 15 de dezembro. Se passarem pela cidade, não hesitem: Charles Dance (Lewis) e Janie Dee (Joy) retomam "Shadowlands", a notável peça de William Nicholson que Anthony Hopkins e Debra Winger já ofereceram em filme homônimo. Existem diferenças, claro. A peça tem o humor anárquico que o filme ignora, ou desconhece. O filme tem o dramatismo sóbrio que só os grandes planos permitem. Mas no palco ou na tela, a trágica ironia de Lewis é a mesma: a ironia de um pregador que disserta teoricamente sobre a importância salvífica do sofrimento; até o dia em que a teoria regressa para o testar com a mais brutal das experiências humanas. E com uma pergunta simples mas fundamental: por que amar se perder dói tanto?
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A resposta, a única possível, é dada por Joy na peça, quando a morte assombra um breve momento de intimidade terrena. "A felicidade de agora será parte da dor de então".
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Precisamente. E eu, mudo e parado na platéia do Wyndham's Theatre, sorrio por dentro e agradeço novamente. Na infância, Lewis oferece o encantamento de um outro mundo; na idade adulta, oferece a única certeza deste. A dor que sentimos pelas pessoas que amamos faz parte da felicidade que tivemos. Porque ambas são a condição de ambas.
JOÃO PEREIRA COUTINHO - folha SP
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Pois é, como eu sempre digo: o amor salva, o amor cura e ainda que haja a possibilidade de dor e sempre há, amar sempre vai valer a pena. Piegas? Pode ser, mas é assim que realmente penso.
Comentários
Continua escrevendo sempre lindamente. Vou ver se volto com meu blog de literatura e arte, mas como tenho o seu por perto, tudo fica mais lindo. Aproveitei para parabenizá-la em meu blog.
bjs, Cris Rosa Negra
http://perfumedarosanegra.blogspot.com/2009/11/obrigada-pelos-selos-blog-magico-e-blog.html
Beijos saudades
joao
Amei visitar esse blog.Fraei dele a minha bebida,comida e tur literário.Abraços querida e beijos com gosto de ebook1