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James Cagney
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Criminosos misteriosos e sanguinários, os gângsteres foram motivo de preocupação para os EUA nas décadas de 30 e 40. A indústria cinematográfica, por sua vez, viu nos homens mal-encarados e impiedosos uma fonte inesgotável de histórias.
E é nesse cenário que surge James Cagney, com sua voz rascante talhada quase invariavelmente para o papel de durão e esse rosto que longe de ser perfeito reunia a qualidade fundamental para o vilão: inspirava medo.

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Nascido no Lower Eastside em Manhattan, Nova York, Cagney começou a trabalhar cedo para ajudar sua família e passou por várias profissões antes de estrear como ator na Broadway.
Foi na Broadway que conheceu Frances Willard Vernon, com quem se casou em 1922 e viveu até sua morte. O casal adotou dois filhos, Cathleen e James Cagney Jr
Em apenas um ano, Cagney já tinha um contrato com a poderosa Warner Bros. e cinco filmes no currículo. O estrelato viria na seqüência, ao ser escolhido para interpretar o cruel gangster de "Inimigo Público". Fugindo do padrão estético hollywoodiano, Cagney jamais seria o galã . Mas sua energia era tamanha que fez dele o tipo "durão" ideal de Hollywood, papel que o marcaria na memória do público para sempre.
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No entanto, Cagney não se contentava em interpretar sempre o mesmo tipo e como era um ator versátil tardou de provar isso em musicais e comédias, sempre bem sucedido. E foi justamente com uma comédia que ele ganharia um Oscar em 1942.
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Em 1961, após atuar na comédia de Billy Wilder, "Cupido Não Tem Bandeira", Cagney afastou-se basicamente do cinema, pois só voltaria à telona 20 anos depois, no filme de Milos Forman "Na Época do Ragtime".
O ator foi o primeiro a receber, em 1976, o prêmio pelo conjunto de suas realizações do American Film Institute e um ano antes publicara sua autobiografia, Cagney by Cagney. A saúde de do ator, entretanto, se deteriorou rapidamente. Ele tinha diabetes, problemas circulatórios e sofreu sucessivos derrames.
No mesmo ano, o ator seria contemplado com a “Medalha da Liberdade" pelo governo norte-americano, a maior honra destinada a um civil e dois anos mais tarde, morreria de ataque cardíaco. Em seu funeral, o discurso coube ao amigo e colega Ronald Reagan (que antes de se tornar político - e posteriormente presidente dos Estados Unidos - trabalhou como ator), que definiu: "A América perdeu um de seus maiores artistas". Era um domingo de Páscoa.


Comentários

Anônimo disse…
james cagney, muito versatil, gangster, dançarino, baixinho abusado, nunca mais apareceram atores iguais
Luiz disse…
Tenho lido todos os teus posts e não os tenho elogiado por falta absoluta de palavras novas para fazê-lo. Voce, para mim, é o maior desperdicio que conheço em termos de talento jornalístico. Voce seria, certamente, uma Cora Ronai se chegasse às páginas dos jornais. beijo

P.S. - permita-me discordar de algumas descrições do Pior sobre peixes. Há alguns bem piores do que os outros, chegam a ser indigestos !
Oi a muito tempo venho acompanhando o Literatus, e confesso nunca fui de comentar, você tem um dom maravilhoso, adoro vir aqui me atualizar.
Beijos joao

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