"Uma mulher sentada e a olhar para o fogo é o tema de uma das últimas esculturas da minha pobre irmã...
Quando acontece lembrar-me da minha alma, é assim que eu a veria... Sentada e a olhar para o fogo. Todos morreram ou é como se assim fosse...."
Paul Claudel, La vie et le rosaire
Camille Claudel, Cartas do Asilo.
" Tenho pressa de deixar este lugar...Não sei se você pretende me deixar aqui, mas é muito cruel para mim!...Dizer que a gente está tão bem em Paris e que é preciso renunciar a isso por causa das bobagens que vocês têm na cabeça...não me abandone aqui sozinha..."
"....Parece que meu pobre atelier - alguns pobres móveis,algumas ferramentas forjadas por mim mesma - meu pobre pequeno lar, excitava ainda a cobiça deles!..."
"....é realmente forte demais!....E me condenar à prisão perpétua para que eu não reclame! "Tudo isso no fundo sai do cérebro diabólico de Rodin. Ele só tinha uma idéia,a de que ele morrendo eu tomasse impulso como artista e me tornasse maior que ele: ele precisava manter-me em suas garras depois de morto como em vida. Era preciso que eu fosse infeliz com ele morto como o fui com ele vivo. Ele venceu em tudo, ponto por ponto, pois quanto a ser infeliz, de fato o sou!...Eu me aborreço muito com esta escravidão..."
" Hoje faz quatorze anos que tive a desagradável surpresa de ver entrar no meu atelier dois esbirros armados até os dentes, com capacetes e botas, absolutamente ameaçadores. Triste surpresa para uma artista; ao invés de uma recompensa, foi isso que me aconteceu! É comigo que acontecem coisas assim..."
Quem foi Camille Claudel?
Camille Claudel nasceu no dia 8 de dezembro de 1864, em Villeneuve-sur-Fére, na França em uma pequena cidade do Tardenois, nos arredores de Paris. Contava com o apoio do pai e vivia em conflito com a mãe e a irmã. Incentivada pelo pai, pôde desenvolver sua vocação artística, dedicando-se aos primeiros estudos de escultura. Teve alguns professores até conhecer Rodin de quem além de aluna, se tornaria amante. Por esse motivo, ser amante assumida de Rodin e ainda uma escultora sofreu rejeição da sociedade da época. Camille era talentosa e suas obras tinham reconhecido valor artístico. Trabalharam juntos em comunhão de idéias, arte e amor por 15 anos, até Rodin optar por se casar com outra mulher. Após a ruptura, que marcaria profundamente Rodin e sua obra, o sentimento de fracasso afetivo e a solidão encaminharam a frágil estrutura emocional de Camille Claudel ao desespero, ao ressentimento e ao ódio de seu antigo companheiro. Passou a viver isolada em seu atelier, restrita a um espaço úmido e mal-conservado. Passou a ter manifestações de uma paranóia persecutória, naufragada na miséria, na solidão e no desespero da falta de reconhecimento. Dessa maneira, melancolicamente foi internada por sua família num asilo de alienados, no ano de 1913, uma semana depois da morte de seu pai, que sempre a protegera ou auxiliara na medida do possível. No hospício a que foi destinada, ficaria reclusa e quase esquecida de seus poucos amigos e de seus familiares, até falecer em 1943. Procedeu-se assim a uma espécie de condenação e cumprimento de uma silenciosa pena de prisão perpétua, que durou trinta anos e extingüiu a chama do talento e da vivacidade de uma grande escultora.
essa foi Camille Claudel...
Quando acontece lembrar-me da minha alma, é assim que eu a veria... Sentada e a olhar para o fogo. Todos morreram ou é como se assim fosse...."
Paul Claudel, La vie et le rosaire
Camille Claudel, Cartas do Asilo.
" Tenho pressa de deixar este lugar...Não sei se você pretende me deixar aqui, mas é muito cruel para mim!...Dizer que a gente está tão bem em Paris e que é preciso renunciar a isso por causa das bobagens que vocês têm na cabeça...não me abandone aqui sozinha..."
"....Parece que meu pobre atelier - alguns pobres móveis,algumas ferramentas forjadas por mim mesma - meu pobre pequeno lar, excitava ainda a cobiça deles!..."
"....é realmente forte demais!....E me condenar à prisão perpétua para que eu não reclame! "Tudo isso no fundo sai do cérebro diabólico de Rodin. Ele só tinha uma idéia,a de que ele morrendo eu tomasse impulso como artista e me tornasse maior que ele: ele precisava manter-me em suas garras depois de morto como em vida. Era preciso que eu fosse infeliz com ele morto como o fui com ele vivo. Ele venceu em tudo, ponto por ponto, pois quanto a ser infeliz, de fato o sou!...Eu me aborreço muito com esta escravidão..."
" Hoje faz quatorze anos que tive a desagradável surpresa de ver entrar no meu atelier dois esbirros armados até os dentes, com capacetes e botas, absolutamente ameaçadores. Triste surpresa para uma artista; ao invés de uma recompensa, foi isso que me aconteceu! É comigo que acontecem coisas assim..."
Quem foi Camille Claudel?
Camille Claudel nasceu no dia 8 de dezembro de 1864, em Villeneuve-sur-Fére, na França em uma pequena cidade do Tardenois, nos arredores de Paris. Contava com o apoio do pai e vivia em conflito com a mãe e a irmã. Incentivada pelo pai, pôde desenvolver sua vocação artística, dedicando-se aos primeiros estudos de escultura. Teve alguns professores até conhecer Rodin de quem além de aluna, se tornaria amante. Por esse motivo, ser amante assumida de Rodin e ainda uma escultora sofreu rejeição da sociedade da época. Camille era talentosa e suas obras tinham reconhecido valor artístico. Trabalharam juntos em comunhão de idéias, arte e amor por 15 anos, até Rodin optar por se casar com outra mulher. Após a ruptura, que marcaria profundamente Rodin e sua obra, o sentimento de fracasso afetivo e a solidão encaminharam a frágil estrutura emocional de Camille Claudel ao desespero, ao ressentimento e ao ódio de seu antigo companheiro. Passou a viver isolada em seu atelier, restrita a um espaço úmido e mal-conservado. Passou a ter manifestações de uma paranóia persecutória, naufragada na miséria, na solidão e no desespero da falta de reconhecimento. Dessa maneira, melancolicamente foi internada por sua família num asilo de alienados, no ano de 1913, uma semana depois da morte de seu pai, que sempre a protegera ou auxiliara na medida do possível. No hospício a que foi destinada, ficaria reclusa e quase esquecida de seus poucos amigos e de seus familiares, até falecer em 1943. Procedeu-se assim a uma espécie de condenação e cumprimento de uma silenciosa pena de prisão perpétua, que durou trinta anos e extingüiu a chama do talento e da vivacidade de uma grande escultora.
essa foi Camille Claudel...
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