Então é Natal...

 
Clique na imagem se não conseguir ler.
Do ótimo blog Sushi de Kriptonita
 
 
 

Hoje conversando com um amigo pelo FB, falávamos do Natal. Ele dizia que apesar de ter vários lugares para passar a data, com a mãe ou com os filhos e netinhos preferia passar sozinho. E eu dizia que como todos os anos passaria sozinha, até tenho amigos que por saberem que todos na minha família estão mortos, me chamam para passar essa data com eles. Mas eu prefiro passar aqui com meus cachorros, enquanto o meu namorado vai para o sul passar com os filhos, nada mais justo, Natal é família, a sua família, a família dele.

Mas o assunto não é esse, o difícil foi fazê-lo entender enquanto ele explicava que ficava muito bem só, que Natal é só uma data comercial, nada demais, a diferença entre as situações. Uma coisa era saber que em algum lugar do planeta se tem alguém, outra era saber que em nenhum lugar do planeta não se tem ninguém. O importante não é estar junto, é estar perto, ao alcance de um telefonema, de um abraço para o caso de se mudar de ideia e resolver ir. Essa era a nossa diferença básica.

Dito isso, me lembrei de Viktor Frankl, cuja história me contou outro amigo, o Carlos, um erudito por natureza.

 
 
foto de Victor Bezrukov

 

Viktor Frankl foi o criador da Logoterapia. Resumindo e muito a história desse homem incrível, basta dizer que passou parte da vida em um campo de concentração onde começou a observar entre os sobreviventes o que os motivava a lutar até as últimas forças, quando o esqueleto era revestido apenas por uma pele tão fina que parecia que a qualquer momento iria se romper. O que tinham esses homens de tão diferentes dos outros que também passavam as mais terríveis privações? Por que alguns sobreviviam e outro não. A resposta esta abaixo nas palavras de Viktor Frankl :
 
"Ai daquele para quem não existe mais a razão das suas forças no campo de concentração - o ente querido. Ai daquele que experimenta na realidade aquele momento que sonhou mil vezes, e o momento vem diferente, completamente diferente do que fora imaginado. A pessoa pega o bonde, vai até aquela casa que por anos a fio imaginava diante de si e aperta a campainha - bem assim como tanto desejara em seus mil sonhos... Mas quem abre a porta não é a pessoa que deveria abri-la - ela jamais voltará a lhe abrir a porta..."


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Voltar para onde não haverá ninguém, sentir saudades de quem  jamais se verá de novo, chegar e não ser acolhido, ir embora e não precisar olhar para trás porque não haverá ninguém. Essa é a diferença entre nós, meu amigo.
 
 
 

 
 
 
 

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