E por falar em amor...
E por falar em amor...
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E por falar em amor...deu saudade de vir aqui.
Ontem, são mais de três da madrugada, foi Dia dos Namorados, por acaso meu aniversário também e eu até pensei em fazer um post sobre o amor, suas mazelas, seus prazeres etc.
Mas ao visitar o excelente blog da minha doce amiga Laura, li seu post que falava sobre amores que não chegam, um coração ardendo que secou etc.
Ontem, são mais de três da madrugada, foi Dia dos Namorados, por acaso meu aniversário também e eu até pensei em fazer um post sobre o amor, suas mazelas, seus prazeres etc.
Mas ao visitar o excelente blog da minha doce amiga Laura, li seu post que falava sobre amores que não chegam, um coração ardendo que secou etc.
Deixei então o seguinte comentário:
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Já passei por isso tantas vezes e outras tantas me achava meio Flicts, sem par no mundo.
Ainda hj com tantos (des)encontros fico sempre na desconfiança de que não nasci pra isso, pra logo depois descobrir lá no fundo, bem no fundo, a mesma menina que lia romances desesperadamente e achava muito natural no fim o "felizes para sempre" continua por aqui. Até um dia que descobri que se ainda não chegou o "felizes para sempre" é pq ainda não chegou o final...tendeu? ;)
bjo querida
andrea
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É por aí, a idéia é essa. Eu realmente acredito no "felizes para sempre" mas esta longe de ser como nos romances, alias romances, filmes de amor etc.
Para acreditar no "felizes para sempre" é preciso acreditar na felicidade. Essa é condição sine qua non para um feliz pra sempre. Podem e acham que sou uma sonhadora, que ando lutando com imaginários moinhos de vento, assim como o cavaleiro da triste figura de Cervantes.
Para acreditar no "felizes para sempre" é preciso acreditar na felicidade. Essa é condição sine qua non para um feliz pra sempre. Podem e acham que sou uma sonhadora, que ando lutando com imaginários moinhos de vento, assim como o cavaleiro da triste figura de Cervantes.
Que assim seja, se é o que pensam. Mas eu que tenho tudo ou melhor já não tenho nada para acreditar, muito menos na felicidade, porque justo eu sou capaz de crer...talvez por isso mesmo, por não ter mais nada nem ninguém que me faça crer. Por ser que finalmente eu tenha entendido que ninguém, absolutamente ninguém vai estender a mão e me salvar, porque não podem. A única que pode me salvar sou eu mesma. E por isso mesmo só me resta crer, inclusive em final felizes.
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Estou velha demais, assustada demais, apaixonada demais por estes farrapos de vida que ainda me restam. Tenho pela frente toda uma maré de esquecimento, e depois a anulação completa. Não tenho mais a coragem de meu pessimismo. Depois que eu morrer, e que os Marshall morrerem, e o romance for finalmente publicado, nós só existiremos como invenções minhas. Briony será uma personagem tão fictícia quanto os amantes que dormiram na mesma cama em Balham, indignando a proprietária. Ninguém estará interessado em saber quais os eventos e quais os indivíduos que foram distorcidos no interesse da narrativa. Sei que haverá sempre um tipo de leitor que se sente obrigado a perguntar: mas, afinal, o que foi que aconteceu de verdade? A resposta é simples: o casal apaixonado está vivo e feliz. Enquanto restar uma única cópia, um único exemplar datilografado de minha versão final, então minha irmã espontânea e fortuita e seu príncipe médico haverão de sobreviver no amor.
Reparação - Ian McEwan
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Não reparamos no principal, Amor. Não reparamos que quando amamos o tempo não faz a mínima diferença. Amar será sempre recente: será ontem. Anos juntos e a sensação é que foi ontem. Anos separados e a sensação é que foi ontem. Ontem, ontem. Não há anteontem no amor. As lembranças mais longínquas já são corpo.
É uma pena, Amor, que somos mais decididos do que amorosos. Amar é não decidir. Decidir é terminar sempre.
Fabrício Carpinejar
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"...Os segmentos do tempo se unem uns aos outros num encaixe quase perfeito, mas não totalmente perfeito. Ocasionalmente, desencontros muito leves acontecem. Por exemplo, nesta terça-feira, em Berna, um rapaz e uma moça, os dois beirando os trinta anos de idade, estão parados sob uma lâmpada de iluminação pública na Gerberngasse. Eles se conheceram há um mês. Ele a ama desesperadamente, mas já sofreu muito por uma mulher que o abandonou sem qualquer aviso, e tem medo do amor. Com esta mulher, ele precisa de todas as garantias. Examina o rosto dela, silenciosamente implora-lhe que revele seus verdadeiros sentimentos, procura identificar o menor sinal, o mais acanhado movimento de suas sobrancelhas, o mais vago corar de suas bochechas, a umidade em seus olhos.
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Na verdade, ela também o ama, mas não consegue traduzir seu amor em palavras. Em vez disso, sorri para ele, sem saber do medo que ele sente. Enquanto estão ali, sob aquela lâmpada, o tempo pára e recomeça. Logo depois do intervalo, a inclinação de suas cabeças é exatamente a mesma, o ciclo das batidas de seus corações não apresenta qualquer alteração. Mas, em qualquer lugar das profundezas da mente da mulher, surgiu um pensamento frágil que não estava lá antes. A jovem mulher tenta capturar este novo pensamento em seu inconsciente e, quando o faz, um vazio inescrutável risca-lhe o sorriso. Esta breve hesitação só seria perceptível à mais rigorosa observação, mas ainda assim o ansioso rapaz a percebeu e a interpretou como o sinal que procurava. Ele diz à jovem mulher que não pode tornar a vê-la, volta para seu pequeno apartamento na Zeughausgasse e decide mudar-se para Zurique e trabalhar no banco de um tio. A jovem mulher se afasta do poste de iluminação pública na Gerberngasse, caminha lentamente de volta para casa se perguntando por que o rapaz não a amava."
Trecho extraído de um dos contos no livro "Sonhos de Einstein", de Alan Lightman.
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Ardendo de amor, as cigarras
cantam: mais belos porém são
os pirilampos, cujo mudo amor
lhes queima o corpo!
Canções de camponeses do Japão
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Comentários
Lindas palavras no post todo, e, feliz coincidência, há dois dias assisti o filme baseado em "Reparação". Que delícia passar por aqui (pela primeira vez) e ler tudo isso.
Parabéns...e Obrigada!
Beijos
"Seja onde for qualquer lugar levar a luz que te conduz Jamais abandonar o dom que te seduz..."
Dom Quixote - Maria Rita
;)
Claro que amar assim é difícil, somos humanos, temos fraquezas. Mas buscar conatntemente o altruísmo do amor veradeiro - que em nada tem a ver com posse ou egoísmo - é um exercício que faz bem pra alma...
Ai o amor, começa tarde, é verdade, é preciso amadurecer para saber amar.
Te desejo o melhor, sempre,
bjs Laura
beijos joao
Qrda vc é tão gentil comigo...
estou tritíssima pela notícia que li no twitter, não sabia quem era pelo nome, reconheci a foto,vi em algumlugar.
Escreva sobre ele te fará bem.
Anda mto calada, é pior.
Um forte abraço, Elianne-laura
Estou sempre perto, viu? se não ouvir pode gritar :)
;)