PELO SIM...NÃO PELO NÃO.
“O que se pretende com a proibição? Reduzir a criminalidade é a resposta, tão imediata quanto impensada, que nos vem à cabeça. Mas é uma resposta equivocada. A proibição do comércio legal de armas não fará recuar nem um milímetro a ousadia do crime (organizado), não baixará a taxa de delinqüência das ruas nem mesmo trará o conforto de diminuir a sensação de insegurança que, hoje, atinge em graus variados a sociedade brasileira. “
Começa assim um texto que circula pela net tendo como autora Denise Frossard. No território livre da internet, como diz Ancelmo Gois, pode ser como pode não ser .
No entanto não é disso que eu quero falar. Tenho recebido trocendos emails por dia falando do Não. Não me lembro de nenhum falando do SIM com relação a proibição as armas.
Meu voto é no SIM, mas antes de atirarem em mim, rss, deixem que eu me explique ou melhor legisle em causa própria porque pelo visto estou sozinha nessa campanha, ao menos não conheço de perto ninguém que votará no SIM.
Quando a nossa querida Denise Frossard diz que a resposta imediata com relação a proibição é a diminuição da criminalidade, concordo com ela, beira a ingenuidade.
Quando digo SIM, nem penso que a criminalidade vá diminuir, penso apenas nas fatalidades cotidianas.
Penso em crianças que matam seus irmãos, amigos porque acharam a arma do pai.
Penso na inocência de um pai de família que acha que estará protegido e protegerá sua família pelo fato de ter uma arma em casa, quando na grande maioria das vezes nem sabe usá-la.
Ora, estamos falando de profissionais, de pessoas frias que matam sem sentir nada e não em pessoas do bem digamos assim, que na emocional tentativa de defesa são passíveis de causar uma tragédia ainda maior. Não só não matarão o bandido, como serão rendidos e muito provavelmente serão as próprias vítimas.
Falo de crimes passionais que ocorrem a torto e a direito, onde o “homem” lava sua honra a sangue, onde mulheres vingativas matam por ciúmes. Falo de pessoas que no trânsito ao serem cortadas se tivessem uma arma matariam, mas matariam mesmo a pessoa que os cortou. Eu já presenciei diversas vezes esse tipo de ódio cego.
O SIM jamais irá desarmar o cidadão, quem quiser comprar armas sabe muito bem onde ir e com dinheiro tudo se compra. O que eu acho é que fatalidades acontecem a toda hora e nem metade sai nos jornais, por isso ter uma arma em casa nem sempre ou quase sempre é muito mais razão para se temer do que para se proteger.
Já li muitas opiniões e artigos que começam quase sempre: "sou visceralmente contra armas, mas..." Nesses casos ou se é contra ou a favor, não tem negociação.
Ter uma arma em casa para quem não sabe atirar e a maioria não sabe mesmo, não significa nada. Ou melhor significa uma chance maior de uma tragédia acontecer movida unicamente por um momento de descontrole, descuido ou mesmo "brincadeiras". Um ladrão não vai deixar de entrar na sua casa só porque terá certeza de que você não tem uma arma porque respeita a lei. Isso é ridículo. Algum ladrão já deixou de assaltar porque como se diz nas faculdades de direito, os "longos braços da Lei" vão alcança-lo?
Algum assassino deixou de matar por saber que no País dele existe pena de morte? Não.
Nem o SIM, nem o NÃO serão capazes de mudar nada. Nossos governantes começaram do fim, das consequências e não da causa. Se esses 600 milhões gastos nas campanhas fossem investidos em tirar crianças da rua, em dar-lhes cursos profissionalizantes talvez as armas douradas do tráfico não brilhassem tanto aos olhos deles.
andrea augusto - angelblue83
Comentários