Diário do front - Coronavirus

Rio de Janeiro - Brasil maio 2020

Querido diário,

Apesar dos lindos dias que esse outono esta nos trazendo, há algo de sombrio no silêncio  lá fora.
Estamos enfrentando uma pandemia tendo a frente um Presidente pouco afeito a empatias. Com todos os defeitos, gostaria que dele surgisse um Churchill de uma última hora. É sabido que muitos líder se revelam em grandes crises, porém para se revelar, é preciso ter nascido líder. Não é o caso lamentavelmente.
O mundo enfrenta algo totalmente novo, há os que rapidamente entenderam a gravidade e prontamente se colocaram à disposição para liderar em meio a tempestade, outros sequer entenderam do que se trata.
Longe de ser um relato jornalístico, não o sou, é um relato de sentimentos.Sou privilegiada por ter trabalho e morar numa casa cujo o mar passa nos fundos. Tomo sol todos os dias que não estou no trabalho. Meu regime é semi aberto. Dias em casa, dias na empresa.
 Não sou rica e sofro de excesso de empatia. Não lido bem com privilégios quando os mesmos não são para todos. Evito excesso de jornais, porém  não muito para não achar que nessa calma aparente tudo voltou ao normal. Será que um dia voltará? Jamais seremos os mesmos de novo dizem os especialistas, mas o que seremos depois disso tudo?
Aqui nos trópicos onde nos gabamos de não termos nenhuma das intempéries que assolam o mundo e cuja as vidas são  ceifadas aos milhares completamos 10.000 mil mortos no domingo, Dia das Mães.
Nosso Presidente faceiro passeava de jetski. O que dizer? Nada, sou capaz de um longo suspiro, apenas. Cansaço define.














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