Prosa Erótica





Inda outro dia jogando conversa fora com um conhecido, falávamos sobre poesia erótica, sensual ou seja lá como queira chamar e eu me lembrei de um caso ocorrido há anos. 
Foi  uma discussão em uma lista de literatura sobre as formas de se escrever o erotismo, seja em prosa ou verso. O debate era sobre a forma, uns diziam que em matéria de erotismo bom era "no osso" ou seja sem meias palavras, outros que era melhor com certo lirismo e outros ainda falavam em misturar tudo. Pessoalmente acho tudo possível, mas há que se ter boa mão para isso, sobretudo na forma "vamos misturar osso e lirismo" por exemplo. Na época eu andava de namoro firme com Henry Miller e pra mim nada melhor do que um bom e suculento "no osso." Foi daí que nasceu a prosa abaixo. Se você um dos meus sete leitores for puritano, pudico aconselho a não ler...





Mendigo Rei

O homem magro e suarento aproximou-se sob o olhar desdenhoso da prostituta. Era só a metade do valor e ela não estava disposta. O que lhe daria  com o pouco que trazia, ele pensava ansioso. Ela andava pelo quarto olhando-o com repúdio e nojo. Sentou-se junto a mesa permitindo uma aproximação. Ele ajoelhou a seus pés. Olhando para o chão levou a mão até a saia dela. Lentamente , tão lentamente quanto possível. Queria passar desapercebido, como se olhar da puta pudesse determinar um tempo limite.
Subserviente como um cachorro magro e faminto, farejou as carnes da puta, avançando os dedos trêmulos em direção ao talho. Forçou as pernas dela. Precisava apenas de um vão para acomodar a cabeça. Ela cedeu, ele se acomodou. Começou a fode-la com a língua. Penetrou-a diversas vezes sentindo a boceta sumarenta da puta. Ela segurou-lhe pelos cabelos ensebados, tesuda. Trazia - o para si. Afundava-lhe a cabeça entre as pernas. Semicerrados olhos, murmurava palavras desconexas.Pedia para foder-lhe, pedia muito e se contorcia sob a língua quente dele.
Ela retirou-o da posição de joelhos acomodando-o entre as pernas. Puxou-lhe as calças com exatidão criminosa. Ele penetrou as carnes sujas da vagabunda, seus olhos miravam o rosto disforme dela. Ergueu a cabeça encarando-a com um sorriso debochado. Ela o queria. Queria o mendigo desprezível. Ela implorava pela estocada que não vinha. Ele mantinha-se parado enquanto a puta rebolava no seu pau a beira do gozo.
A boceta abocanhava -lhe o membro gulosamente. Ele observava - o sumir dentro dela.
Estava perto, o gozo se aproximava, a vagina apertava o pau em espasmos. 
Ele o retirou sob os palavrões dela. Ergueu a mão e largou-a na cara da puta. Ela caiu desmaiada a seus pés enquanto o mendigo às gargalhadas esporrava como um cavalo pelo seu corpo.
Agora o mendigo era Rei.

andrea augusto ©angelblue83





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