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"Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce..."
Pablo Neruda

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A nova pessoa que vem a mim

“A nova pessoa que vem a mim
é você?
Ouça um conselho, para começar:
eu sou com certeza bem diferente
do que você imagina.
Você imagina encontrar em mim
seu ideal?
Acha tão fácil assim eu me tornar
seu amante?
Pensa que minha amizade
é fonte de satisfação sem impureza?
Julga que eu seja fiel e digno de confiança?
Além desta fachada,
do meu jeito macio e tolerante,
você não vê mais nada?
Acha que vem avançando
em bases realmente firmes
na direção de um homem realmente heróico?
Pela cabeça nunca lhe passou,
ó sonhador,
que tudo isso pode ser maya, ilusão?”
Walt Whitman

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"Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"
Mário Quintana

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"É apenas o começo.
Só depois dói,
e se lhe dá nome.
Às vezes chamam-lhe paixão. Que pode
acontecer da maneira mais simples:
umas gotas de chuva no cabelo.
Aproximas a mão, os dedos
desatam a arder inesperadamente,
recuas de medo. Aqueles cabelos,
as suas gotas de água são o começo,
apenas o começo. Antes do fim terás de pegar no fogo
e fazeres do inverno
a mais ardente das estações."
Eugénio de Andrade, Sulcos da Sede

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" Concâvas de ter
longas de desejo
frescas de abandono
consumidas de espanto
Inquietas de tocar e não prender"

Sophia Mello Breyner

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de um dia de semana

o amor chegou na madrugada de um dia de semana
veio não de todo imprevisto na crista da insónia
e começou por afectar a disciplina respiratória
depois mudou gestos que a rotina ritmara
e inaugurando silêncios novas escalas de som
hasteou-me no ponto mais alto da levitação
agora tão perfeitamente quanto posso vê-lo
o meu amor é uma transparência incandescente
ou uma nascente e ninguém sabe como começou
Soledade Santos

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"Eu queria, como tu, não saber que
os outros não valem nada
pra os poder admirar como tu!
Eu queria que a vida fosse tão divinal
como tu a supões, como tu a vives!
Eu invejo-te, ó pedaço de cortiça
a boiar a tona d'água, à mercê dos ventos,
sem nunca saber que fundo que é o Mar!"
Almada Negreiros , in "A cena do ódio"
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"Mas não deixe
O tempo te enganar
Pois o tempo
Não há quem conquiste
Em angústias e preocupações
A vida escoa vagamente
E a todos
O tempo há de consumir
Seja agora ou no porvir..."
W.H.Auden, citado no filme "Antes do Amanhecer"
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"Quem se eu gritasse, entre as legiões de Anjos
me ouviria? E mesmo que um deles me tomasse
inesperadamente em seu coração, aniquilar-me-ia...
Todo o anjo é terrível."
Rainer Maria Rilke

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"Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!
Menotti Del Picchia
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As cartas de amor
deveriam ser fechadas
com a língua.
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas, respiradas.
O esforço do pulmão
capturado pelo envelope,
a letra tremendo
como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.Porque a saliva
acalma um machucado.

As cartas de amor
deveriam ser abertas
com os dentes.
Carpinejar

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O Código Secreto das Estrelas


Leio nas entrelinhas do teu sorriso
rumores, canções que falam em pássaros.
Teus passos soletram pelas calçadas
sussurros de sombras por entre pétalas secas.

Teu amor, miríade de galáxias sem sintaxe,
hoje tateia as lágrimas que não escorreram
enquanto o tempo traça no vidro da memória
confusas lembranças que mordem ferozes.

Falo de sonhos como quem tange nuvens,
e releio tardes de primaveras sangrentas
em que o calor se espalhava feito pólen,
decifrando o código secreto das estrelas.

Hoje sei que tudo passa, embora eu ainda durma
com memórias teimosas e perfumes apócrifos.
Recordo com gosto doce de espelhos na boca
tua pele, teu sexo, teu cheiro, teu sol.
O tempo é turvo. O tempo é turvo.
Mastiga utopias, cospe sementes de névoa,
esparge fagulhas de luz no passado
- brinquedo mimado nas mãos do acaso.

Mas não quero mais ser racional.
Deitado dentro de mim, hoje evoco
o momento único em que te encontrei,

e já começava a te perder.
Alexandre Inagaki



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"O meu primeiro amor e eu sentávamos numa pedra
Que havia num terreno baldio entre as nossas casas.
Falávamos de coisas bobas,
Isto é, que a gente achava bobas
Como qualquer troca de confidências entre crianças de cinco anos.Crianças…
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação de sexos
A não ser o azul imenso dos olhos dela,
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais,
Nem no cachorro e no gato da casa,
Que tinham apenas a mesma fidelidade sem compromisso
E a mesma animal - ou celestial - inocência,
Porque o azul dos olhos dela tornava mais azul o céu:
Não, não importava as coisas bobas que diséssemos.
Éramos um desejo de estar perto, tão perto
Que não havia ali apenas duas encantadas criaturas
Mas um único amor sentado sobre uma tosca pedra,
Enquanto a gente grande passava, caçoava, ria-se, não sabia
Que eles levariam procurando uma coisa assim por toda a sua vida…"
Mário Quintana

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DIA NACIONAL DA POESIA
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Cartões assinados - formatação minha.
Cartões Rastejantes.

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