CHEEK TO CHEEK





Hoje pela primeira vez comprei o jornal dentro do ônibus. Um risco total, afinal, eu subo o alto e suas curvas todo santo dia, mas pensei cá com meus botões, se enjoar o jornal terá mais uma de suas inúmeras serventias...deixa pra lá, rss

O caso é que não só não enjoei como foi com grande prazer que abri o Segundo Caderno e me deparei com a matéria: “A dança de Ginger e Fred”. Delícia pura! Lembrei da habilidade desse magistral dançarino Fred Astaire. Perfeito, completo, genial, dançava, cantava, compunha, tocava piano, representava e encantava.

Olhei pela janela do dia nublado com suas estranhas brumas e fiquei lembrando, sonhando com esses musicais pra lá de ingênuos, onde o beijo, o amor estava literalmente reperesentado na magia dos pés, dos corpos, dos pares, seus movimentos, seus vestidos esvoaçantes hipnotizantes literalmente.

Ginger não era a mais bonita, na minha opinião e sei, na de muitos, ninguém superou Rita Hayworth e sua sensualidade ruiva, mas Ginger levitava e havia a química. Ah! A química que põe molho em tudo e todos. Dá pra esquecer, como cita a matéria um clássico dos musicais como "Top Hat/O Picolino"????
As plumas do vestido de Ginger levando Fred a loucura durante a deliciosa “Cheek to Cheek”?? Impossível! Voltei a janela e relembrei a cena, a música, as plumas se misturando às brumas dessa estranha manhã.

E em meio a tanta sujeira, sordidez e falsidade que a vida nos traz e ainda e apesar de tudo nos surpreende dolorosamente, tive a sorte de ir para o trabalho ao som de “Cheek to Cheek” enquanto lá fora um casal dançava suavemente se misturando às lembranças de tempos mais ingênuos e infinitamente melhores.


andrea augusto (angelblue83)

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