Akira Kurosawa - o oitavo samurai.



Akira Kurosawa, nascido em 23/03/1910, morreu aos 88 anos e deixando uma vasta filmografia de 32 filmes. Foi pintor, ilustrador de revistas, publicitário e assistente de direção antes de se tornar cineasta.
Torno-se o cineasta japonês mais conhecido e cultuado pelo Ocidente.
O apogeu de sua carreira se dá em sua fase Jidaigeri (filmes históricos samurais): Os Homens que Pisaram na Cauda do Tigre (1945), Rashomon (1950) onde recebe o Leão de Ouro no festival de Veneza, Os sete Samurais (1954), Trono Manchado de Sangue (1957), esta fase vai até Barba ruiva (1965). Passa então por um período difícil, superado com a ajuda de cineastas como: Francis Forda Coppola, Scorcese, entre outros.

Akira - "O Luminoso", em japonês - sempre buscou a diferença.
Cidadão do mundo, Kurosawa bebeu na arte e na cultura ocidentais, sem maiores temores. "Não importa para onde eu vá, e embora não fale outra língua, nenhum lugar é estranho o suficiente para mim." "Sinto que a Terra é meu lar", disse em seu "Relato Autobiográfico."
Foram muitos os filmes, obras geniais de um mestre, mas nada se compara a seu amor pela personalidade controversa e pela obra genial de Vincent Van Gogh. O episódio "Os Corvos", do filme Sonhos, é uma amostra de um desejo manifesto que Kurosawa deixou irrealizado: filmar a biografia do pintor holandês. Em Sonhos, fez o que todo amante da obra do mestre holandês adoraria fazer: caminhar entre os dourados campos de trigo sob a sombra dos negros corvos pintados por Van Gogh.







Era um inconformado com o senso comum, em Rashomon, pela primeira vez uma câmera filmou o sol.Anos mais tarde, Hollywood renderia-se ao seu talento refilmando o antológico Os Sete Samurais, cuja seqüência da batalha final, filmada sob chuva torrencial e de uma impressionante variedade de ângulos, tornou-se mais um marco cinematográfico. O filme era Sete Homens e um Destino, de John Sturges.

Se aqui no Ocidente Kurosawa já era consagrado como mestre da sétima arte, no Japão não era assim. Era acusado de ser ocidental demais, anglo-americano demais e com isso os financiamentos ficavam cada vez mais difíceis. Mas não seria isso que pararia o mestre e a ajuda viria da ex-União Soviética, onde filmou em 1974 o aplaudido Dersu Uzala.

Seus últimos filmes, Sonhos, Rapsódia em Agosto e Madadayo são pinceladas intimistas sobre a velhice, a morte, o tempo. Perguntado sobre o que faria se tivesse o poder de influenciar a sociedade e mudá-la", ele disse simplesmente: "Daria o melhor de mim para aproveitar minhas habilidades como artista. Eu sou feliz porque tenho a chance de me expressar. Eu me sinto responsável, verdadeiro e honesto para com minha profissão e estou consciente disso. Eu estou primeiro lidando com a sociedade japonesa e tentando ser cândido ao lidar com nossos problemas. Eu espero que você entenda isso sobre mim quando vir o filme. Como um contador de histórias, não tenho segredos".

Em dezembro de 1971, quando sofria de fadiga mental, tentou o suicídio cortando o próprio pulso 30 vezes. Os cortes não foram profundos, o que permitiu sua recuperação.
Akira Kurosawa viria a falecer somente em 6 de Setembro de 1998.


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