Christopher Reeve


Em algum lugar do passado...a lembrança que fica.




WASHINGTON, 11 out (AFP) - O ator norte-americano Christopher Reeve, que ficou famoso interpretando o herói das histórias em quadrinhos Super-Homem em quatro adaptações para o cinema, morreu neste domingo nos Estados Unidos devido a uma parada cardíaca, aos 52 anos de idade, informou seu porta-voz, Wesley Combs.

Reeve, que havia ficado tetraplégico em 1995 ao cair de um cavalo, morreu às 17h30 locais (18h30 de Brasília) no Hospital Northern Westchester de Nova York. Ele tinha entrado em coma no sábado, quando sofreu um ataque cardíaco em casa enquanto era atendido por causa de uma ferida, fato comum em pessoas paraplégicas.

"A ferida estava gravemente infectada. Reeve entrou no Hospital Northern Westchester no sábado e não voltou a recuperar a consciência. Sua família esteve a seu lado no momento de sua morte", informou o porta-voz.

Reeve ficou conhecido mundialmente ao interpretar o Super-Homem no filme homônimo lançado em 1978, dirigido por Richard Donner. O ator voltou a interpretar o "Homem de Aço" em outras três produções. Outra produção de grande sucesso em que participou foi a história romântica "Em Algum Lugar do Passado" (Somewhere in Time) (1980).

Após o acidente que o deixou sem movimentos do pescoço para baixo, o ator se engajou na luta pelo uso das células-tronco no tratamento de doenças.Uma das últimas participações de Reeve como ator foi no seriado de televisão "Smallville", que conta as aventuras do adolescente Clark Kent antes de se tornar o Super-Homem.

Nascido em Princeton (EUA) no dia 25 de setembro de 1952, Reeve debutou aos 14 anos no teatro, para passar mais tarde a televisão e ao cinema, em 1977, com "Alerta vermelha: Netuno fundo", dirigido por David Greene.

Esse mesmo ano foi selecionado para interpretar o papel de ClarkKent em "Superman", um filme que foi um autêntico sucesso debilheteria. Entre os filmes interpretados por Reeve estão "Somewhere in time" (Em algum lugar do tempo), "A armadilha da morte", "As bostonianas","Interferências" e "Village of the Damned", um filme de terror dirigido por John Carpenter. Em 1998, Reeve participou de uma nova versão do clássico de Hitchcock "A janela indiscreta".
No dia 28 de maio de 1995 fraturou duas vértebras do pescoço e acoluna vertebral ao cair do cavalo com o qual participava de um concurso hípico.O ator, que ficou tetraplégico, assistiu em março de 1996, em cadeira de rodas e valendo-se de um respirador artificial, a cerimônia dos Oscar, onde foi aclamado em uma emotiva recepção. Ativista da Unicef, Anistia Internacional e da ecologia, Reeve é fundador, junto com Susan Sarandon e Alec Baldwin, da "Coalizão Criativa", um grupo de ajuda a pessoas sem casa.

Em abril de 1997 debuta como diretor com um filme que narra a história de um jovem doente de aids que volta a sua casa para morrer junto a sua família.Também escreveu a biografia "Still Me", cuja transcrição em disco lhe valeu o Grammy de Melhor Álbum falado de 1999, ao que se soma outro livro publicado em 2002 e chamado "Nothing is Impossible; Reflections of a New Life". O espírito que demonstra neste último livro é o que lhe fez continuar com sua carreira como ator, diretor e produtor. Desde 1996, o ator que encarnou "Superman" preside a Fundação Christopher Reeve para a Paralisia, dedicada a pesquisa de tratamentos para curar lesões medulares da espinha dorsal.

Reeve morreu de um ataque de coração no dia 10 de outubro de 2004 aos 52 anos no hospital Norteen Wetcheter, onde tinha sido transferido no dia anterior depois de entrar em coma em seu domicílio. Reeve estava casado desde 1992 com a atriz Dana Morosini, com quem tem um filho. Anteriormente esteve casado com a modelo inglesa Gae Exton, com a qual tem dois filhos.



Certamente não foi um dos maiores atores que o mundo teve. Não fez grandes filmes, nada que entre para a história do cinema como sétima arte, mas o registro nesse caso, é pessoal e intransferível. Ele foi a personificação do Superman para uma geração inteira e como não podia deixar de ser, "Em algum lugar do passado" marcou corações e mentes das mocinhas românticas nos anos 80, na qual eu me incluo, sem qualquer constrangimento, pelo contrário, amor pra mim é assim, atemporal, intenso, pelo qual se morre e se vive. Sem meias palavras, tudo que se eterniza é marcado pela intesidade que o move, no amor não é diferente, pelo menos pra mim, claro.



Em um post distante...



Ao tocar a décima oitava variação de Rapsódia, de Rachmaninoff, inspirada em O Capricho no. 24, para violino solo, de Paganini, desconfiei que mais uma vez não dormiria cedo. Se alguém ainda não sabe, qual o filme tem esse tema é Em algum lugar do passado. Conta a história de Richard Collier (Christopher Reeve), jovem teatrólogo, após a estréia de uma de suas peças, recebe das mãos de uma velha senhora um antigo relógio de bolso e ouve dela uma frase enigmática: "volte para mim" . Em 1980, Richard se hospeda no Grande Hotel e, numa sala dedicada aos eventos históricos do hotel, descobre o retrato de uma linda mulher, Elise McKenna (Jane Saymour), atriz famosa do início do século, cujo rosto, não apenas o impressiona pela beleza, como também lhe parece familiar ... A revelação da imagem de Elise transforma-se numa fixação romântica. Pelas pesquisas e depoimentos, Richard fica sabendo quem foi a atriz e, através da auto-hipnose, regride até o ano de 1912 - sem, contudo, perder a consciência. Reencontra Elise e ambos revivem a aventura amorosa que, por algum motivo, fora subitamente interrompida.

Eu sei, é daqueles filmes considerados água com açúcar, melodramáticos, talvez seja mesmo, mas o amor é sempre uma idealização enquanto não se concretiza. Quando vi o filme pela primeira vez, nem sabia que podia ser assim, e foi, mas isso é outra história.

Se eu tivesse que comparar, seria mais ou menos como no livro: "O amor no tempo do cólera" de Gabriel Garcia Marquez. O ponto forte do livro é o amor. Mais precisamente o amor de Florentino Ariza e Fermina Daza. Conta o amor platônico de ambos que durou mais de cinqüenta e um anos. Neste período ele não ficou recluso e ensimesmado. Muito pelo contrário, viveu, trabalhou e construiu sua própria vida. Esteve pronto para o dia em que sua amada estivesse livre para ele novamente. Este fato só acontece quando o marido dela morre. E os dois se vêem livres para se envolverem.Na última página do livro, eles estão num navio, Florentino responde ao comandante que deseja ir e vir no navio, já o tinha feito antes, e o comandante pergunta por quanto tempo isso duraria?
Florentino Ariza tinha a resposta preparada havia cinquenta e três anos, sete meses e onze dias com as respectivas noites.
— Toda vida — disse

É disso que falo. Eles tinham vivido tempo suficiente para perceber que o amor, era maior sempre em qualquer tempo e em qualquer parte, mas tanto mais denso ficava quanto mais perto da morte.


Passam os séculos, mudam os anos e os tempos modernos nos falam da independência amorosa, das noites onde o desencontro esta marcado em algum bar, festa ou lugar, onde estamos, mas ele nunca esta. Ele? Ele mesmo, esse tipo de amor ou melhor vontade de amar que o tempo não supera ou apaga. Esse que quando estamos sem ele, o objeto amado, continuamos sentindo sua presença onde não mais se encontra. Ou que telefonamos, escrevemos só para nos certificarmos de sua presença no mundo. É quando se percebe que mesmo o desejo de esquecê-lo é o mais forte estímulo para dele se lembrar. Não há solução, como disse Nietz, quando descobriu "a fórmula da grandeza do homem : amor fati". Não evitar nem se conformar e muito menos dissimular, mas afirmar o necessário, amar o que não pode ser mudado.


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