Proust



Atualmente ele é cultuado, reconhecido como um dos grandes reinventores do romance moderno, mas na sua época chegou a ser odiado por seus contemporâneos. Amado ou detestado, a verdade é que jamais passou desapercebido.
Sua mãe o chamava de mon petit jaunet (meu amarelinho), mon petit benêt (meu palerminha) ou mon petit nigaud (meu idiotinha) e mesmo assim ele levaria a vida escrevendo aquele que seria um marco da literatura francesa: Em busca do tempo perdido, romance em sete volumes que deixaria inacabado. A doença acabaria por vencê-lo.
Marcel Proust nasceu em Anteuil, perto de Paris, em 10 de julho de 1871. Com problemas de saúde desde a infância, foi uma criança cercada de cuidados especiais por sua mãe. Asmático, solitário, homossexual em conflito com sua própria identidade, Proust descobriu técnicas de descrever de maneira minuciosa, fascinante cada objeto ou cena de seus livros. Tornou-se referência.
Durante anos, Proust levou uma vida de prazeres, mundana. Costumava dormir de dia e exigia silêncio absoluto de sua mãe. As noites eram passadas na convivência vazia dos salões de Paris. Parecia estar se preparando para escrever a obra que somente a morte se encarregaria de interromper.

"Jamais vemos os entes queridos a não ser no sistema animado, no movimento perpétuo de nossa incessante ternura, a qual, antes de deixar que cheguem até nós as imagens que nos apresentam sua face, arrebata-as no seu vórtice, lança-as sobre a idéia que fazemos deles desde sempre, fá-las aderir a ela, coincidir com ela".

(Proust. No Caminho de Guermantes. ed. Globo, p. 126 )



Segundo Celeste Albaret, criada e enfermeira de Marcel Proust de 1913 a 1922, durante a madrugada de 18 de Novembro de 1922, data da sua morte, o escritor continuava a escrever a sua obra-prima.
O tempo foi seu algoz, Marcel Proust morreria em decorrência de complicações pulmonares, deixando seu nome eternizado em romances, ensaios críticos, traduções e vasta correspondência.


"Mas quando mais nada subsistisse de um passado remoto, após a morte das criaturas e a destruição das coisas - sozinhos, mais frágeis porém mais vivos, mais imateriais mais persistentes, mais fiéis - o odor e o sabor permanecem ainda por muito tempo, como almas, lembrando, aguardando, esperando, sobre as ruínas de tudo o mais, e suportando sem ceder, em sua gotícula impalpável, o edifício imenso da recordação."

Marcel Proust, in No Caminho de Swann



Leia: http://www.oficinadeliteratura.hpg.ig.com.br/contmproust.htm
http://www.estadao.com.br/ext/frances/proustp.htm

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