Semelhante atrai semelhante ou
O que é isso esparramado no sofá??

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"Os Case:"
I
Inda outro dia eu dizia a uma amiga: ...pois é, quando cheguei, aproveitei que estava sem sono e fui colocar a roupa pra lavar.
Ela: às 3 da manhã?? Mas isso não é hora de lavar roupa!!!
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Case II:
Tempos atrás reencontrei meu primeiro namorado, já com seu segundo filho. Eu estava noiva na época e ele perguntou: vai casar quando?
Eu: não sei se vou casar.
Ele: Andréa pára com essa coisa revolucionária (até hoje não entendi porque usou exatamente essa palavra...) casa duma vez, tenha filhos, siga o trajeto normal da vida. Case, reproduza e morra.
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Daí pensei: mas é só isso??

Mais um case antes de começar o texto propriamente dito.
Um amigo ariano, carinhosamente grosésssiimmooo, ateu de carterinha, escreveu o seguinte email:
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Sabe, sexta-feira eu tive um pre-sentimento estranho...nao sou de ter esses estalos nao, mas quando rola de saltar isso em mente, pelo menos na minha, eu costumo dar alguma credibilidade...

Talvez por eu ser cetico, as coisas q me vem em mente, chame de intuicao, raciocinio precognitivo, inspiracao divina, transe, sempre dao certo...

E na sexta, me veio esse sentimento muito forte de arrebatamento, de amor, e pensei em vc...senti voce...senti q algo muito, mas muito bom e forte, vai acontecer pra vc....

Espero que seja isso....acho q cairia melhor q um novo emprego..rssss...

Sempre torco por vc. Nunca esqueca isso.
Bjm.

Mudando de assunto, e a porra do concurso?
Esse lado pisciano as vezes da dor de cabeca, vamos falar de CONCURSOS..rssss ;)


E eu respondi:

Era tudo que eu queria na vida, alias sempre foi, pq só entendo a vida quando estou amando. Infelizmente só aconteceu uma vez e foi há muito tempo. Não sei se terei essa sorte de novo, mas queria sim, um cara com o qual eu tivesse o melhor dos dois, uma química de pele maravilhosa e um entendimento intelectual completo. Seria perfeito!
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Contei da lavagem de roupa às 3 da manhã. E continuei:
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Daí eu pensei: e tem hora pra isso? E pensei mais, no quanto as pessoas se enquadram quando estão juntas e quando abrem os olhos, só trepam aos sábados depois da novela porque é o horário certo pra isso.
Não queria nada assim pra mim, entende? Queria alguém que pensasse como eu, que enxergasse a vida sem os enquadramentos do: agora case, juntei, to namorando sério e virei um homem responsável. Crreeddoo! Eu gosto de fazer as coisas no meu ritmo, sem nada pré-estabelecido, e gostaria que a recíproca fosse verdadeira, mas não é assim na maioria das vezes.
/
Nunca é assim na verdade e eu não entendo como as pessoas ainda se deixam cair nesses enquadramentos tão naturalmente.
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Ok, é normal ter alguma rotina, mas será que não dá mesmo para passar dos trinta e tantos e ainda gostar de ouvir rock nas alturas, de andar de moto, de trepar na garagem, na praia ou onde der vontade com o mínimo de privacidade não calculada??
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Vejo amigos, colegas de trabalho que antes eram de um jeito e depois viraram maridos gordos, preguiçosos, muitas vezes mais severos com seus filhos do que seus próprios pais foram. Casais que não dão gostosos beijos de língua em público, muitas vezes sequer andam de mãos dadas, que jantam religiosamente as 20:00 horas e nem pensam em pedir uma pizza sabor gordura se não for sábado à noite. Que não sentam pertinho, embolam as pernas, mãos e braços no cinema ou no barzinho...não, não é dar espetáculo em público, são gestos naturais de carinho. Tão naturais que acontecem sem se perceber. O corpo pede, quer, aproxima.
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Depois não sabem porque essa insatisfação, essa sensação de angustia, de prisão, de estar fazendo o que não quer porque o outro espera que seja assim, afinal você é um homem de respeito ou uma mãe dedicada. O que alias, é outro papel já desenhado e pronto, basta vestir. Mães dedicadas, essas mesmas que cerceiam as vontades dos filhos, as mesmas vontades que antes elas tinham e se revoltavam contra quem as reprimia.
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Não me vejo como revolucionária e talvez esteja nadando contra maré e um dia acabe casando/juntando nos moldes de sempre, mas não acredito em papéis pré-determinados. Como escrevi no texto aí ao lado, o mesmo do meu profile: “Gosto de me sentir “pertencida”, mas não dominada ou forçada a isso. Gosto de ser livre, mas ter alguém nos pensamentos e sempre para onde voltar”.
E querer voltar sempre, só acontece quando se sabe que ao abrir a porta de casa, lá estará seu semelhante, aquele que sente igual a você e quer voltar sempre também, simplesmente porque sabe que pode ir.
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Comentários

Luiz Carioca disse…
é certo q tenho amigos q parecem q se casaram pra se tornarem gordos e preguiçosos, só pra transferir o fardo da mãe pra uma esposa.

mas isso não precisa ser assim. é claro q encontrar alguém q goste de lavar roupas as 3h da manhã deve ser super raro, mas é possível, e cada dia mais fácil na minha opinião, encontrar pessoas que quebrem esses paradigmas.

sobre as demonstrações de amor em público, eu acho q o casamento representa outra faze da vida, de tranquilidade. não aquele amor q pode do nada viajar pro exterior e te deixar, akele q nos despedimos a noite. mas sim aquele q vc sabe q se virar de lado na cama, pode abraçá-lo. as prioridades mudam. enquanto num namoro, planejar a compra de uma casa ou uma viagem juntos pode ser pesadelo, no casamento é um sonho. agora, gostar disso, acho q é perfil. acredito q existem pessoas q jamais se acostumaram, outras realmente mudam com o tempo.

muitos me diziam q eu iria engordar com a vida de casado, me orgulho em decepcionar todos...rs. agora, qto aos filhos, esses eu recomendo. é uma pena o mundo não ser o lugar ideal pra eles, mas eles melhoram em muito a nossa qualidade de vida. eles conseguem nos transformar em algo melhor.

espero ter contribuído um pouco com uma visão do outro lado do muro.

*tbem sou cético e não casei na igreja. odeio os rituais tradicionais cristaos do casamento.
Henrique Crespo disse…
Seria eu, um marido gordo preguiçoso? rsrsrs
Andrea, já conversamos um pouco sobre esse(s) assunto(s) algumas vezes e encontramos algumas discordâncias. No entanto tambem existem concordâncias.
Mas vale dizer uma coisinha: existe aventura no cotidiano.
Beijos
Bom, pra tem que ter "aventuras no cotidiano" assim como a "tranquilidade" que o Luiz falou tb. Mas eu conheço casais que estão juntos há anos e o tesão é o mesmo, a necessecidade do toque idem. Com filhos muda, é claro, mas pode ser que nem tanto assim se o casal se recusar a se enquadrar.

Da mesma maneira que um relacionamento "perfeito" acontece qdo ele tem a sua vida, ela a dela e juntos uma vida em comum, com filhos vale o mesmo. O casal tem sua vida e uma vida com os filhos cujos os papéis de pai e mãe são vividos. Agora qdo se esquece o "casal" e se acha que não é hora de fazer isso ou aquilo, que o momento de transar é antes do filme aos sábados, que pedir pizza sem ser domingo a noite é heresia, aí desanda, né? E qdo se vê tem uma coisa esparramada no sofá, o quie vale para o homem e para a mulher ;)

bjimm procêSS
angel
Anônimo disse…
Como sempre... amei esta leitura.
A gente se parece demais, Angel.
Acho que somos da mesma tribo.
Beijos.
Anônimo disse…
Andrea,
como conversamos, não há receita nem fórmula ideal, existem é vários tipos de combinação. Mas é claro que há muito de mentira e de desinteressante/desinteressado em muitos relacionamentos amorosos. João Bosco e Aldir Blanc já definiram num sarcástico samba (A nível de...)"Mas o relacionamento continua a mesma bosta".
Eu, que venho dos meus naufrágios/ fracassos, acho que, na hora em que se percebe que os dois se tornaram ou sempre foram dois estranhos, é hora de conversar, sim, e tentar se entender, e esse entendimento pode ser, claro, o adeus. Agora, ter filhos é maravilhoso, amo os meus e você sabe, mas não acho que todo mundo tenha que ser pai ou mãe.
Beijo grande.
Fred Matos disse…
Angel,
Qualquer relacionamento continuado tem desgastes inevitáveis. Não é impossível, mas é raro que após alguns anos de casamento as demonstrações publicas de afeto continuem. Isso não ocorre apenas nas relações entre casais, mas também nas de amizade, nas filiais, etc, etc, etc. Obviamente isso não significa que o casamento tenha que se transformar em uma rotina de repartição pública. Não há receitas também, mas eu creio que no casamento ideal cada um tem um espaço individual (físico e psíquico) que precisa ser respeitado pelo outro. E um espaço comum (físico e psíquico) para os encontros e inevitáveis desencontros.
Sempre gosto dos seus textos.
Beijos
Anônimo disse…
Angel, esse post é perfeito. Tivesse eu um sopro de energia, juro que comentaria com mais profundidade, mas mesmo com o meu cansaço, quis deixar o registro.
Amei.
Bjus,
Nálu
Laura_Diz disse…
Eu tb não casei, tive filhos super tarde- 40, 42 anos, nunca sigo o que os outros fazem, pois é, sou gauche. :)
Não é o caminho mais fácil,mas é o mais honesto,tosin para mim.
Bj Laura
Eu conheço este texto...

Passando para deixar um abraço

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