Você já salvou a vida de alguém hoje?
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Outro dia trocava emails com a minha querida amiga e escritora Ana Suzuki, quando começamos a falar sobre desencontros amorosos. Alias, tema recorrente por aqui, em conversas entreouvidas pelas esquinas, bares e banheiros da vida.
Por isso hoje zapeando a TV, vi um filme que será tema do post de hoje e que me fez lembrar uma frase que ela escreveu sobre esse assunto: "O que mata é saber que alguém quer você, do jeito que você é, e não saber onde esse alguém está." Isso mata mesmo, assim como o amor salva...literalmente.
E foi o amor de uma mulher que salvou Johnny Cash da morte.

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Johnny e June
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Walk the line
, idiotamente "traduzido" para o português como: Johnny e June, como se fosse apenas a história de um casal, em detrimento ao título original "Andar na linha" algo que Johnny Cash quase nunca conseguiu fazer, atesta bem o que é ser salvo por amor.
Johnny Cash, lendário cantor de música country americana conheceu June Carter durante uma turnê com os iniciantes Elvis Presley e Jerry Lee Lewis.
Esse é o cenário de um romance que duraria 35 anos e passaria por traições, prisões, dependência química e muito mais sofrimento do que o filme foi capaz de relatar. Ainda assim e apesar de não ser uma obra - prima cinematográfica, Walk the line vale cada minuto.
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Cash foi um menino pobre do Arkansas que aprendeu a cantar, assim com o June ouvindo hinos religiosos. Foi também o filho rejeitado e injustiçado pelo pai que achava ter perdido o filho errado, quando o irmão de Cash morre operando uma serra elétrica.
Eu costumo dizer e acho mesmo, que algumas vidas são muito mais surpreendentes do que a melhor ficção que se possa produzir. E a história de Johnny Cash e June Carter foi assim.


June foi muito mais que a mulher que amou Johnny. Foi ela que o salvou da morte certa. Foi ela que o colocou na linha à duras penas, sorte, por exemplo, que não teve Elvis Presley que morreu obeso e drogado.
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Os atores que interpretam o casal foram escolhidos por eles mesmos.
Joaquin Phoenix foi uma escolha do próprio Johnny Cash, enquanto que Reese Whiterspoon foi escolhida por June Carter Cash.
E é surpreendente a atuação de ambos, em especial a de Reese Whiterspoon, uma atriz especialista em comédias românticas de fácil consumo.
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O filme narra a história de Cash até seu casamento com June. Fora das telas a vida seguiu e a longa carreira enfrentou altos e baixos.
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Em 1993, foi redescoberto pelo U2, com quem gravou uma canção. Cash então, passou por uma ressurreição artística e popular.
Até sua morte, em 2003, experimentou seu apogeu, registrado em quatro álbuns e em uma caixa póstuma com gravações inéditas.
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June morreria em 15 de maio de 2003, vítima de complicações durante uma cirurgia cardíaca. Era Johnny Cash que segurava sua mão no hospital.
Quatro meses depois, em 12 de setembro de 2003, era o próprio Cash que mais uma vez iria atrás dela, assim como quando se conheceram e ele soube que era ela a mulher de sua vida.

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Hoje repousam lado a lado em Hendersonville Memory Gardens, em Hendersonville, Tennessee.

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E você já salvou a vida de alguém por amor? Já foi salvo?

Comentários

Clecia disse…
Eu vi este filme e gostei muito. Que história desses dois, hein? Bom, acho que ninguém me salvou ainda e eu também ainda não salvei ninguém... Bom, mas amei esta frase: "O que mata é saber que alguém quer você, do jeito que você é, e não saber onde esse alguém está." Bjos e bom domingo!

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