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Em fevereiro de 1977, é contratada pelo jornal Última Hora para assinar uma crônica semanal. Nesse mesmo mês, Clarice concede sua última entrevista a Júlio Lerner, da TV Cultura de São Paulo, que só seria veiculada no dia 28 de dezembro. Coube a ele fazer a última entrevista dada a um veículo da grande imprensa pela nossa maior escritora de todos os tempos, Clarice Lispector. A entrevista é um momento de reflexão sobre o ofício do escritor.
Numa dada altura o entrevistador pergunta a Clarice se ela morreria se parasse de escrever, lembrando do famoso critério de Rainer Maria Rilke para saber se uma pessoa é escritora ou não.
Clarice responde da seguinte forma: "Eu acho que quando eu não escrevo, eu estou morta. muito duro o período entre um trabalho e outro, e ao mesmo tempo necessário para haver uma espécie de esvaziamento da cabeça para poder nascer alguma outra coisa. E se nascer ... tudo é tão incerto."
Mais à frente Lerner pergunta: normalmente que tipo de problema Clarice Lispector escritora traz a você? E ela responde: "Às vezes me considerar escritora me isola. Põem-me um rótulo. Às vezes as pessoas olham por esse rótulo. Tudo que eu digo, a maior bobagem, tudo é considerado ou uma coisa linda ou uma coisa boba, por conta de eu ser escritora. É por isso que eu não ligo muito para essa coisa de eu ser escritora, e dar entrevista, e tudo. É porque eu não sou isso."

Abaixo os vídeos dessa entrevista.

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Entrevista – parte 1:


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Parte 2:


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Parte 3:


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Parte 4:


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Parte 5:


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