Para Eliane Stoducto

Palhaça

O tempo passa
e eu,
palhaça,
no circo maldito
choro risos

E li ane Stoducto


Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket



Ô Li, eu não sabia! Meu amorzinho, minha amiga, minha querida. Eu nem sei o que dizer, o que pensar, só o que sentir e dói como sempre nas perdas importantes.
Nunca te vi, só ouvi sua voz e foi numa hora ruim pra mim.
Poxa, Li, o mundo esta tão cinza, a poesia tão pobre, a beleza escassa. Tudo agora muito mais... você se foi.
Me perdoe, nesse momento não sei dizer nada que possa tornar isso menos dolorido.
Um grande beijo querida amiga do coração.

Andrea Augusto - angelblue83
/
/
/


Deixei esse recado pra Li... para que ela leia onde quer que esteja.
Soube agora que ela faleceu e nem sei como, só sei que dói estranho. Nunca a vi, sempre trocamos emails, nos falamos ao telefone algumas vezes. Ela me contou sua vida, suas dificuldades, seus temores e sua força.
Certa vez, lembro que era alguma coisa comigo e ela se dispôs a ligar e quando desligou, dei um suspiro profundo, aliviada porque o peso havia sido compartilhado com alguém que sabia bem o que significava essa palavra.
Tem gente que brinca de morrer e retorna viva depois de fazer meio mundo blogueiro lamentar a "sua morte".
Eu queria que fosse algo assim, ainda que uma brincadeira perversa de alguém, um mal entendido, ainda assim, queria descobrir que tudo fôra um grande engano. Mas não, ela se foi silenciosa, sem alarde como as grandes almas constumam nos deixar.
Ao saber da sua partida, minha primeira vontade foi correr aos belos sites dela e ler avidamente seus poemas, ver sua arte, me emocionar com a beleza que deu aos meus poemas. E foi o que fiz.
/
/
Fui no belo site Cristal e li:
/
/
”Meu nome é Eliane, carioca, pisciana, do primeiro decanato. Em 1997, contrariando toda modéstia que sempre tentaram me incutir, resolvi exercer algum narcisismo e mostrar um pouco do meu trabalho, de minhas escolhas e de quem sou. Aqui, sinto-me livre para mostrar poesias e textos meus e de pessoas que têm um modo particular de estar no mundo, que falam aos meus sentimentos: paixões, prazeres, amores, afetos, simpatias, amizades, empatias...

Como eu e a página somos metamorfoses ambulantes - moldáveis e plasmáveis como a água - estaremos em eterna construção pois tenho a disposição dos insones, dos inquietos, dos que querem sempre mais... Além das idéias, da escrita - eternas paixões - meu coração cigano continua apaixonado pela minha cidade - o Rio de Janeiro - por Antonio Carlos Jobim, música, bossa nova, jazz - pura rotina - pelos mistérios da noite escura e, é claro, por alguns queridos poetas que, quase sempre, falam o que eu queria dizer.

Através desta página quero compartilhar com vocês o meu gosto pessoal pelos poemas, textos e músicas. Espero que vocês gostem. :)"
/
/
Poema do Beco

Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?

- O que eu vejo é o beco.
Manuel Bandeira
/
/






Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Chuva na janela - foto Eliane Stoducto
/
/

E continua...
/
/

“Tá aí! Doses minhas pra saciar a curiosidade de qualquer um! E, só um pequeno lembrete, pra quem gostar a vir possa: sou chata, passional, às vezes triste e, quase sempre temperamental, ao mesmo tempo que tento levitar mas, nem sempre consigo... Só de quando em vez... :) Enfim, sou extremamente humana demais para o meu gosto... ou desgosto ... :(

Mas sempre estarei disposta a defender a liberdade de expressão e de tudo o que não prejudique, afete ou magoe o outro e a tentar ver sempre o mundo com olhos bons! Mesmo que isto, às vezes, me traga alguns dissabores...

Me formei em História, há tempos atrás, pela UFRJ e, por motivos pessoais e absoluta aversão às coisas determinadas e estabelecidas - academicismos, cartilhas e doutrinas - tracei para mim mesma um caminho meio "gauche", meio na contra-mão, ligeiramente afastado do convencional.

Enfim, dentro desse quadro, passeei por caminhos diversos, como uma druida pós-moderna, maga, louca e eremita (v. tarô), em busca de um conhecimento específico, particular, que se adequasse à minha maneira de sentir e perceber as coisas, o mundo...
Batalhei e tenho batalhado para descobrir caminhos próprios, diversos daqueles que gostariam que eu seguisse...

Continuo na busca, e, às vezes me sinto envolvida pela escuridão, de outras, vejo o brilho de cristais e me sinto iluminada. Algumas vezes pago um alto preço por ser como sou, mas gosto da minha escolha e, em momento algum, me arrependo do caminho que tracei para mim...

Escrevi alguma coisa para televisão e teatro, como colaboradora e aprendiz de uma pessoa linda, amigo do fundo do coração, o escritor, roteirista, teatrólogo e gênio, Armando Costa. Essa pessoa linda, atualmente deve estar tomando seus "hi-fis", com vodca e suco de laranja "bem coadinho, bem coadinho, bem coadinho" (sic) numa nuvenzinha, acompanhado do Vianninha, Paulo Pontes, que foram seus parceiros muito antes de o conhecer, e com outros amigos que partiram e, espero, pensando em mim de vez em quando...
Escrevi também, algumas letras de música, uma meia dúzia delas gravadas. Mas, fiquem tranqüilos, tenho quase certeza que vocês nunca ouviram, nem nunca vão ouvir, pois nunca estive e, acredito, nunca vou estar inserida dentro da mídia. Sou bicho estranho...

Além da
Cristal Poesia trabalho nos meus outros sites: Poema em Movimento, RJ Sinfonia, Templo da Lua Negra, Letra de Corpo (em parceria com a Claudia Letti) e Katarse Verso e Prosa (site da minha lista de escritores); em três blogs: o Palavras Tortas, Em desalinho e o Mundo Delirante.
Colaboro, esporadicamente, em:
Levanta, Rio!(em parceria com a Marcia Cardoso), Collectanea (da Adriana Paiva), Condomínio Brasil (da Esther Lucio Bittencourt e Ana Laura Diniz) e no blog coletivo Conversa de Botequim


Escrevo também algumas coisas vindas aqui de dentro, quando o trabalho de webdesigner e de casa, e os meus próprios demônios internos permitem...

Como boa pisciana sou meio impressionável :) e me sinto atraída por assuntos esotéricos mas, sem chegar ao extremos de comprar "kits esperança" e, por mais que me esforce, não consigo acreditar em fadinhas e gnomos...

É isso aí... Falo demais... Vou colocar neste site as coisas que faço, gosto e curto... Poesias minhas, poemas de amigos, letras de música, prosa, contos, crônicas e o que mais me agradar.

Ah! E mais uma coisinha! Só tenho uma certeza inabalável: a certeza absoluta de que na vida, certezas não existem, só existem dúvidas, mas, que são exatamente elas - as dúvidas - que nos fazem arriscar e nos levam ao caminho do aprendizado, do conhecimento e de alguma sabedoria...”

/
/




Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Li
//
/

Densa, quente...

densa, quente
transbordante

fria, chata e
anarquista

prato, talher,
guardanapo

mesa posta
pra analista

(eliane stoducto)

/

/

Em desalinho...

dias dementes:
mente oca
lábio amargo
alma louca
boca silente

(eliane stoducto)
/ /

/

Detesto jogos...

Detesto os jogos da vida
sou avessa às disputas
Detesto emular com o inimigo
trauma antigo
secular

Gosto do olho no olho
pra começar a questão
gosto dos toques, dos gestos
me exponho
à rejeição

Suporto bastante as falhas
pois sou infalível em falhar
agüento os porres alheios
permito-me
embriagar


Por isso às vezes me tolho
Por isso às vezes me encolho
E fico a ruminar
Cogito, reflito, penso
E começo a gargalhar.
(eliane stoducto)
/
/

Ah! Li, que pena!
Que pena do mundo, que pena de quem não a conheceu, de quem não a leu.
E pensar que ainda hoje tem gente que pensa que através de uma tela de um computador nada acontece.
Pena desses também que são incapazes de enxergar com os olhos do sentir. É assim que tudo isso se dá, só entende que tem esse olhar.
/
/

Para poder morrer
Guardo insultos e agulhas
Entre as sedas do luto.
Para poder morrer
Desarmo as armadilhas
Me estendo entre as paredes
Derruídas
Para poder morrer
Visto as cambraias
E apascento os olhos
Para novas vidas
Para poder morrer apetecida
Me cubro de promessas
Da memória.
Porque assim é preciso
Para que tu vivas.
Hilda Hilst

/

/

PS: A minha querida amiga Eliana Mora avisou que a missa de 7º dia da Li é amanhã, dia 13/04/07 na Igreja que fica na Rua Barão de Ipanema, Copacabana, 18 Hs.
Nesse horário ainda estou no trabalho, mas farei o impossível para ir.
Encontro vocês lá.

Comentários

Postagens mais visitadas