Augusto do Anjos




Cético nas coisas do amor, materialista se apoiava em termos científicos para compor seus poemas. Era na verdade um incompreendido.
Augusto dos Anjos tem sua obra toda em um livro, EU. Livro destinado ao esquecimento e o desprezo como foi pelos críticos da época, não fosse uma surpreendente aceitação popular.
Nascido a 20 de abril de 1884, era uma figura extremamente sensível, introspectivo, triste, a dor de todos era a sua dor, mas não fazia das belas e açucaradas palavras uso para sua poesia. Ficou conhecido como o Poeta da Morte.
Antônio Houaiss diz a esse respeito: "Eis porque lhe chamo poeta da morte", porque não amava nem a Vida nem o Amor. Estava no seu direito, na sua fatalidade".



O amor da humanidade é uma mentira.
É. E é por isso que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?

Augusto do Anjos




A Louca
a Dias Paredes


Quando ela passa: - a veste desgrenhada,
O cabelo revolto em desalinho,
No seu olhar feroz eu adivinho
O mistério da dor que a traz penada.

Moça, tão moça e já desventurada;
Da desdita ferida pelo espinho,
Vai morta em vida assim pelo caminho,
No sudário de mágoa sepultada.

Eu sei a sua história. - Em seu passado
Houve um drama d’amor misterioso
- O segredo d’um peito torturado -

E hoje, para guardar a mágoa oculta,
Canta, soluça - coração saudoso,
Chora, gargalha, a desgraçada estulta.
Augusto dos Anjos






A originalidade de seus poemas é indiscutível, mas o poeta, polêmico, só encontraria compreensão e aceitação a partir de 1928, quatorze anos depois de sua morte. Em vida não teve sorte e a luta para ganhar o sustento de sua família e muitas vezes ludibriado o deixava desanimado.
Quando a vida parece entrar nos eixos e ele começa a atuar como professor, adoece a 31 de outubro: apanha uma forte gripe que se complica, torna-se pneumonia e, apesar dos cuidados médicos, Augusto dos Anjos morre a 12 de novembro de 1914, com pouco mais de trinta anos.


O jornalista, poeta, músico e sobretudo amigo querido, Rodrigo de Souza Leão fez uma espécie de entrevista mediúnica com poemas de Augusto dos Anjos aqui. Vale a pena ler.



Leia: http://orbita.starmedia.com/asfloresdomal/augusto.htm
http://intermega.com.br/balacobacoonline/balacoedicoes2.htm





Eu ia ficar com Augusto dos Anjos e pronto. Já tinha preparado, resumido e postado para vocês, ai li aqui um post falando do blog. Sem querer jamais desmerecer o carinho de vocês e é sempre muito mais do que mereço, acreditem, esse post foi diferente porque esta num blog que fui pela primeira vez hoje. Não sei se é coisa da madrugada, essa música tocando lá longe, esse filme rolando sozinho na TV, não sei, mas me emocionou como ela percebeu sem me conhecer essa paixão pelos livros, pela literatura. Tudo bem, o blog trata disso, o nome dá uma pista, mas não é só isso. Assim como tento com as crianças lá no colégio, na Biblioteca, tento aqui também aliciar vocês, confesso. Não é copiar e colar, não é só postar todos os dias qualquer coisa, é escolher, é contar a história, uma história interessante, de maneira interessante ou pelo menos tentar. É instigar a leitura. Eu sei que posts grandes nem sempre são lidos, vivemos correndo, sei que o que é interessante pra mim, pode não ser para vocês, mas ainda acredito que uma história, qualquer história é boa quando bem contada...ah! caramba, é uma dificuldade vencer a mediocridade, a timidez para escrever aqui, para receber visitas e os comentários sempre carinhosos e pra lá de generosos de vocês. O post dessa menina foi só o starte que eu precisava para dizer: MUITO, MUITO OBRIGADA A TODOS VOCÊS!!!



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